sexta-feira, 11 de junho de 2010

POR UMA LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA

Os aspectos inovadores da literatura de Monteiro Lobato para crianças, trata, em especial, da importância da fábula em suas produções e do modo como o escritor adaptou o gênero à recepção dos seus leitores. No caso de sua produção infantil, pois, como sabemos, no final do século XIX e nas primeiras décadas, a literatura brasileira destinada à infância era totalmente dependente da européia e, o que é mais relevante e problemático, responsável pela difusão de uma visão conservadora de seus receptores e absolutamente preocupada em veicular noções didáticas e pedagógicas, fossem elas ligadas a questões religiosas, morais, educacionais ou de civismo.
Desde de muito tempo antes da publicação de seu primeiro livro voltado para o público infantil, Lobato já manifestava sua preocupação com as leituras destinadas às crianças, em correspondência a Godofredo Rangel, datada de 1916, o escritor relatava suas inquietações literárias, revelando um pensamento extremamente arrojado para a época:

“Ando com várias idéias. Uma: vestir à nacional as velhas fábulas de Esopo e La Fontaine, tudo em prosa e mexendo nas moralidades. Coisa para crianças. Veio-me da atenção curiosa com que meus pequenos ouvem as fábulas que Purezinha lhes conta. Guardam-nas de memória e vão recontá-las aos amigos – sem, entretanto, prestarem nenhuma atenção à moralidade, como é natural. A moralidade nos fica no subconsciente para ir-se revelando mais tarde, à medida que progredimos em compreensão. Ora, um fabulário nosso, com bichos daqui em vez dos exóticos, se for feito com arte e talento dará coisa preciosa.” (Lobato, 1972, p.245-46)
O autor desde cedo já expunha, precocemente, características do processo antropofágico, que seria mais tarde uma característica do modernismo brasileiro. Uma das adaptações lobatianas mais expressivas dos clássicos da literatura mundial foi Dom Quixote das Crianças, 1936)

Além das adaptações para crianças dos clássicos, lobato com idéias inovadoras deu vida a sua obra literária de maior expressividade. Com a obra voltada para um público infantil lobato alcançou 23 títulos, porém dentre esses todos destaca-se os de maior representatividade que são:

· Histórias do Mundo para Crianças – História Geral
· Emília no País da Gramática – Língua Portuguesa
· Aritmética da Emília – Matemática
· Geografia de Dona Benta – Geografia
· Serões de Dona Benta – Ciências Física e Biológicas
· Histórias das Invenções – Curiosidades sobre o mundo
· Viagem ao céu – Astronomia
· O poço do Visconde – Geologia

Nesses livros Lobato procurou tratar conteúdos didáticos de uma forma mais atraente e que fosse mais próxima de seu leitor. Pois segundo Lobato o que via nas escolas era uma uniformização dos cérebros, a forma como era tratada a leitura nas escolas o incomodava e segundo o autor, contribuía para um afastamento dos leitores das bibliotecas, segundo Lobato:
“O menino aprende a ler na escola e lê em aula, à força, os horrorosos livros de leituras didáticas que os industriais do gênero impingem nos governos. Coisas soporíferas, leituras cívicas, fastidiosas patriotices. Tiradentes, bandeirantes, Henrique Dias, etc. Aprende assim a detestar a pátria, sinônimo de seca, e a considerar a leitura como um instrumento de suplício.” (Lobato, 1969, p. 84)

Para conseguir a atração necessária para prender seu leitor, Lobato dispôs, assim, de sua grande obra O Sítio do Pica-pau Amarelo. O Sítio é um mundo independente, onde tudo acontece, os enredos se passam no sítio.Há algumas histórias se passam em outros lugares, porém o sítio é a unidade de lugar presente, de fato em todas as histórias. Seja como ponto de partida ou como cenário final das aventuras. O Sítio é descrito pela primeira vez em “O Saci” (1921). Segundo a apresentação de Regina Zyberman:

“<...> è propriedade de Dona Benta Encerrabodes de Oliveira, que habita lá, na companhia de uma cozinheira, Tia Nastácia, e da neta. Nas férias, recebe a visita do neto Pedrinho, filho da filha mencionada algumas vezes, mas pessoa que deve residir na cidade, de onde provém o garoto. Ignora-se quem são os pais de Narizinho, mas ninguém se preocupa em perguntar por eles.” (Zyberman,2005, p. 27)
O sítio é mais do que só um lugar ele revela uma proposta de mudança de Lobato para o pais. Assim expõe Regina Zyberman, acerca do sítio:

“<...> ele deseja que o sítio mostre como o Brasil é (ou foi, nas primeiras décadas do século XX) – o predomínio da economia agrícola, a decadência do mundo rural, o atraso da mentalidade das pessoas que vivem no campo. De outro, o lugar expressa o que Lobato deseja para o Brasil inteiro, a saber, a possibilidade de modernização, crescimento e fortuna graças à exploração das riquezas minerais, em especial, do petróleo.” (Zyberman, 2005, p.28)
Por meio do Sítio, Lobato trouxe a ótica infantil problemas de “gente grande” e proporcionou que “gente grande” podesse vercom outros olhos o nosso País e refletisse deveras brincando sobre problemas tão sérios.
(Marcos Leandro)

A MÚSICA COMO RECURSO DIDÁTICO PRIVILEGIADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O ensino da Música dentro do contexto escolar é muito limitado, como a educação artística em geral, embora ela tenha surgido na legislação educacional muito depois da educação musical; e se o objetivo da educação atual é fazer da Música um recurso didático privilegiado é necessário criar subsídios para que a linguagem musical faça parte da vida escolar dos alunos a partir da Educação Infantil.

Para que o ensino da música chegue a ser um instrumento didático e contribua para o desenvolvimento integral do aluno é importante que toda a atenção seja voltada para tal, pois é nessa etapa que a criança estabelece uma relação entre o conhecimento sensorial e o “concretamente construído” desenvolvendo seus aspectos cognitivos e afetivos, além de contribuir para a formação da sua personalidade.

Segundo Vigotsky (1998), a memória natural está muito próxima da percepção e surge como conseqüência da influência direta dos estímulos externos sobre os seres humanos.

Partindo desse princípio a música é um dos estímulos do mundo externo que contribui na formação do ser humano, e, assim, a mesma desempenha um papel importante nas fases e etapas do desenvolvimento infantil.

O processo de musicalização dos bebês e crianças começa espontaneamente, de forma intuitiva por meio do contato com toda a variedade de sons do cotidiano, incluindo aí a presença da música. É importante observar que a fala, além de facilitar a efetiva manipulação de objetos pela criança, interfere também no seu comportamento.

A linguagem age decisivamente na estrutura do pensamento e é ferramenta básica para a construção do conhecimento. A compreensão das palavras e as mudanças na forma de utilização ao longo do desenvolvimento da criança são produzidas nas suas interações verbais como os adultos e as crianças mais velhas. É dessa interação que elas vão adquirindo novas palavras e ampliando a capacidade de significação que já conhecem.Ao relacionar a música a esses níveis de desenvolvimento podemos notar que ela é uma mediadora nessa fase, já que a música atua no processo de socialização da criança com o mundo exterior. Além disso, a música é uma influência externa que por sua potencialidade de emocionar e sensibilizar o ser humano causa motivações internas contribuindo para o desenvolvimento da criança.
(Gleicy Martins Nascimento)

Dica de Filme


ENSINANDO A VIVER (Martian Child), 2007

O filme mostra a realidade de David Gordon (John Cusack), um escritor de ficção científica. Viúvo e ainda amargando o luto, recebe o chamado de uma assistente social por estar na lista de espera para adotar uma criança. Era o desejo da falecida esposa.

Ele acaba adotando Dennis (Bobby Coleman), um menino órfão problemático. Este acredita ser de Marte e estar cumprindo uma missão de exploração na Terra. Como é de se esperar, a aproximação dos dois acaba trazendo dificuldades e leva o pai adotivo quase à loucura.

Vigotsky

http://www.youtube.com/watch?v=YJla-2t-HRY&feature=player_embedded#!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

modelo de convite para festa junina infantil...
sujestivo e muito tematico!

Como Treinar seu Dragão

Como treinar o seu dragão, de Cressida Cowell

"Conheça Soluço Spantosicus Strondus III: a Grande Esperança e o Herdeiro da Tribo dos Hooligans Cabeludos – mas um garoto sem qualquer talento para liderar. “Como Treinar o seu Dragão” conta a tumultuada jornada de Soluço em sua iniciação como um legítimo guerreiro viking: junto com os outros garotos da tribo, ele precisa domesticar e treinar o dragão mais feroz e assustador que for capaz de capturar. Em vez disso, Soluço acaba com o menor dragão que já se viu – e, para piorar, o animal é teimoso, impossível de ser adestrado e completamente banguela. Começa aí a aventura do mais encantador e improvável dos heróis e de seu dragão muito mal-educado.
Inteiramente ilustrado, com muita ação e o tipo de humor que arranca gargalhadas até dos mais carrancudos, “Como Treinar o seu Dragão” é o primeiro livro de uma série que é sucesso mundial, que inspirou o filme de animação cotado como uma das estreias mais importantes de 2010."

Assista o trailer do filme!